Diário a Beatriz / dia vinte e três
Não é ainda altura de voltar ao sentimento. Por enquanto devemos permanecer silenciosos no nosso ninho de musgo, abrigar-nos das chuvas cristãs e da rusga de tempestades solares, vender o nosso sorriso barato aos bonecos da televisão, dizer em voz do cume que desprezamos Camões, a sonata ao luar e os amantes voadores. Mas bem no segredo da nossa infância sofrer e esperar que este homem morra.