Sem ti as palavras são mudas
E não estás
Se estivesses eu mudaria
Sem ti não são bonitas
Com as palavras ao nosso cuidado
Inventávamos lado a lado
sem interesse pelas aparências
Cuidar-te na noite de ninguém
Seguir no teu corpo um novelo de lã
Até ao sol da manha
E não acordar cansado
Avulta a medonha falta
A luta acorda o abandono
A culpa pela ausência que te persiste.
Liberta com o punhal a palavra presa
Mesmo que a ponta afiada do desejo
Viva a dor que é livre em mim
E só o amor fique ileso
Mas de escapar não te iludas se ficares para trás
As palavras que contam não contam
As nossas histórias
E as outras são tuas e mudas
Todas, porque tu não estás