Diário a Beatriz / dia dezassete
(Esperar pelo que não vem)
Haverá alguma cadeira neste mundo onde se possa sentar para esperar o que não vem? Eu não quero acreditar, mas sou quem diz o que vem e o que não vem, não quero admitir mas a única matéria que me toca é o sonho, porque tudo o resto está definido, tudo o que sobra está morto e dorme nas minhas mãos o último barro da criação, esta terra ausente que me expatriou assim que perdi o meu berlinde de criança.