A cada um o seu teatro. Cada um a representação cénica do que diz a mãe, do que diz o pai, do que dizem as câmaras de vigilância no local de trabalho. Cada um a patinhar o chão que a lenha ardida em solidão encheu de fuligem. Os outros, vistos de longe são a soma dos seus vestidos. Finos como caniços. Insignificantes como o suspiro de um velho. Mas no Verão pavoneiam-se com os seus corpos nus à espera que alguém olhe, como se ninguém estivesse a olhar. Cada qual no seu palcozinho onde um holofotezinho faz as vezes do sol. Cada um ensaia o texto que a mãe, que o pai, que as câmaras de vigilância do local de trabalho. Cada qual fala em circuito fechado a duvidar da sintaxe, dos sintomas. As impenitências da língua obrigam a uma constante revisão dos sentidos.
julho 29, 2010
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